Nem só de sal vive o Uyuni

Como combinados, após negociarmos, a estadia das motos em local seguro (na própria pousada em q ficamos) chegamos à agência de turismo as 8hs foi quando conhecemos nossos companheiros de viagem, dois espanhóis e um casal de alemães. Seguimos viagem em uma van que nos levou até a fronteira fizemos os tramites e fomos apresentados ao nosso motorista (Juan) e ao nosso transporte, uma rural(como diz o Luiz) com capacidade apertada de 7 passageiros contando como Juan (os dois que iam atrás sempre com os joelhos a esquentar as orelhas.)
Estrada de terra bem ruim (mas com paisagens impagáveis) e lá seguíamos nós conversando sobre tudo e escutando uma música boliviana de gosto duvidoso, mas perfeitamente suportável não fosse o grau de repetição pois era o único cd do motorista, que seguia animado dirigindo e batucando a direção como fora a primeira vez que escutava o bendito CD. (1400km em 4 dias, foi o tamanho da viagem)
Após várias paradas para fotografar lagoas e gêisers chegamos ao nosso 1º. acampamento a 4650 msnm (ow Bolívia alta da porra). O quarto já pronto para os 6 integrantes dos quais quase todos tinham sacos de dormir (entendam o quase como eu e gil) cada um escolheu sua cama quando Gil sentou na cama disse : “Rapaz tá muito frio eu vou alugar um saco de dormir” ( eles tinham alguns para alugar) eu vou tentar é dormir desse jeito, disse eu.
As oito horas vem a cozinheira nos informar que o jantar estava servido ( o almoço foi no meio do tempo). Uma macarronada até mais ou menos....Termino meu jantar e sigo pelo corredor na busca do banheiro e penso “Ow friie disgraçado, eu vou alugar um saco de dormir”. Entro no quarto já como o saco na mão e com um sorrisinho de rendido na cara só escuto o Gil dizer: “Cadê o machão hein danadão” e permaneço com o mesmo sorriso.
Dormimos todos sem banho, ( Sem banho é Phooda..... “isso mesmo com PH de farmácia de 2 o de ovo”) se bem que dormimos é força de expressão o Gil estava sem conseguir dormir por conta da altitude e da gripe (ressalte-se a força do cara em encarar uma aventura dessas gripado do jeito q estava. Acho q só foi porque sabia que eu queria muito ir e se ele não fosse eu não o deixaria só). Meu irmão a alemã amanheceu o dia com uma cara de Major da Gestapo.....já fiquei meio puto com ela daí, td bem que dormiu mal assim como todos mas será que não percebeu que o Gil estava doente? A outra foi na hora do almoço do dia seguinte em que estávamos eu e Gil e o casal de alemães (Constance e Florian esse último gente muito boa) o almoço já servido e nada dos espanhóis ( Vicente e Lamder) que sempre demoravam pois gostavam muito de fotografar e a comida esfriando. Fui espetar com o garfo um pedaço de batata cozida ai a alemã meteu essa (em inglês): “ O Sr não vai esperar pelo outros?” ...rapaz “vei” bem aqui prá não mandar ela tomar onde as patas tomam, mas dado ao inicio da viajem resolvi não aloprar(me arrependi). Os espanhóis demoram um século para voltar e guando voltaram a 1ª coisa que disseram foi: “ vcs não precisavam esperar por nos da próxima vez podem comer.
Terminado o almoço fiquei pensando, essa alemã só fez isso porque quis comer a batata, acho que seria diferente se o ataque fosse à carne (explicando: Ela é vegetariana).....ai é (sou meio malino as vezes) desse dia em diante “papoquei o pau” a comer todo tipo e qualidade de verdura durante as refeições(todas as refeições estavam incluídas) e se ela não cuidasse passava fome......O Gil, ria entendendo tudo. Falando em Gil vi a hora ele dizer umas coisas a uma boliviana por conta de uma toalha ( todos os acampamentos não tinham toalha nem papel higiênico) e sinceramente só não aconteceu por que o cara taca realmente lascado de gripe e nem contestou os argumentos da algoz. (se fosse o Gil q conheço em plena forma....não sei não).
Amigos, estou meio cansado para terminar essa narrativa que é longa e muito rica em histórias, mas o certo é que com todas as dificuldades vale muito a pena ir e constatar que a natureza não para de nos surpreender um só minuto.

PS. 1. Quer deixar o Gil puto, convide-o para ir à Bolívia. (quando ele chegar ele explica melhor, não sei contar, digamos, com tanto calor quanto ele.
2. Kat o almoço que estava sendo preparado pelo nosso motorista (e cozinheiro) Juan era atum. Repeti o prato.
3. Nunca valorizamos tanto um banho.
4. Engraçado ver o Vicente lendo o livro: O Diário de Anne Frank ao lado da Constance. (percebeu e não abriu mais o livro durante toda a viagem)
5. Encontramos muita gente legal de outras bandas fazendo o mesmo trajeto, inclusive uns alemães que estavam de moto (bem uma parece mais um carrinho de cachorro quente sobre rodas.....inclusive perguntei a ele o nome da moto: Pato sobre rodas, disse ele) e pretendiam rodar 5 meses pela América do sul.